Os moradores da cidade de Cremona, na Itália, passam por uma experiência inusitada em nome da arte: A prefeitura fechou ruas do centro, desviou o trânsito da região e pede que a população controle o barulho por um tempo. Tudo para que os sons dos famosos violinos e violoncelos Stradivarius, fabricados pelo artesão Antonio Stradivari, e também dos instrumentos feitos pelos artesãos Amati e Guarneri del Gesú, sejam gravados por especialistas.

Com isso, as gerações futuras poderão escutá-los de alguma maneira, já que os instrumentos se deterioram com o passar dos anos mesmo com os esforços de preservação. A iniciativa permitirá também que os sons sejam utilizados para criar novas composições digitalmente.

O projeto é liderado pelo engenheiro Thomas Koritke, que é de Hamburgo, na Alemanha. Três engenheiros de som e quatro músicos trabalham com ele para produzir o Banco de Sons Stradivarius.

Durante os meses de janeiro e fevereiro, os artistas devem fazer centenas de escalas e arpeggios usando técnicas diferentes. Os sons são captados por 32 microfones de alta sensibilidade dispostos no museu de Cremona. O sistema de ventilação, os elevadores e até as lâmpadas da sala de concerto foram desligados para evitar ruídos.

Acervo

Em entrevista ao The New York Times, Thomas Koritke falou sobre a empreitada: “(Os músicos) Terão de tocar centenas de milhares de notas individuais e transições, por oito horas ao dia, seis dias por semana, ao longo de mais de um mês”.

“Demorou anos para que convencêssemos o museu a permitir o uso de instrumentos de cordas fabricados 500 anos atrás”, continua ele na reportagem também publicada pela Folha de S. Paulo.

A edição de segunda-feira (21/1/2017) do jornal brasileiro, assim como outros periódicos, está disponível para leitura na Biblioteca do CCBA.