CCBA apoia o festival que conta com, entre outras atrações, um programa exclusivo da Berlinale e aulas abertas com artistas como as atrizes Fernanda Montenegro e Maeve Jinkings

Aula com Fernanda Montenegro e Maeve Jinkings é uma das atrações no sábado (6/3), às 15h, pelo site do festival. Crédito: Leila Fugi

 Aula com Fernanda Montenegro e Maeve Jinkings é uma das atrações no sábado (6/3), às 15h, pelo site do festival. Crédito: Leila Fugi   A 13ª edição do Janela Internacional de Cinema do Recife ocorre, de 6 a 10 de março de 2021, em formato experimental. Desta vez, as exibições de filmes e outras atividades da programação serão realizadas de maneira remota e gratuita pelo site do festival (alguns filmes são disponibilizados durante todos os dias do e outros por 24h, confira a programação completa). Normalmente, o Janela acontece nos meses de outubro ou novembro, com sessões que costumam atrair um público considerável para os cinemas São Luiz e da Fundação Joaquim Nabuco. Mas os realizadores do evento precisaram desenvolver uma versão adaptada do projeto para o ambiente online por causa da pandemia de Covid-19, assim como fizeram outros trabalhadores da cultura. “Festivais irmãos no Brasil e no exterior têm se reinventado com novas ferramentas, e observamos isso com grande interesse. Nosso desejo com essa experiência é menos o de oferecer uma programação online e mais o de manter contato com todas e com todos, de poder conversar sobre o Cinema e oferecer uma troca, de talvez sugerir algumas imagens diversas que sejam de interesse”, afirma Kleber Mendonça Filho, diretor artístico do festival junto com Emilie Lesclaux.  

MEMÓRIA E CINEMATECA BRASILEIRA

 Junto ao coordenador de programação Luís Fernando Moura e à produtora Dora Amorim, Kleber e Emilie desenvolveram a edição especial de acordo com o tema “Eu me lembro”. A ideia é abordar a importância das memórias individuais e coletivas, dos arquivos e da preservação das histórias filmadas. Obras de Anna Muylaert, Bruno Ribeiro, João Pedro Rodrigues, João Rui Guerra da Mata (Portugal),  Kaique Brito, Lia Letícia, Nele Wohlatz (Alemanha) e Sergio Silva são reunidas neste programa. Destacando que a Cinemateca Brasileira, maior arquivo audiovisual do país e um dos maiores da América Latina, permanece fechada e sem profissionais especializados há quase um ano, o Janela traz o programa Arquivos Brasileiros, com curadoria de Débora Butruce. São três filmes de acervo do Centro Técnico Audiovisual (CTAv) e da Cinemateca do do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro: SRTV 307 – Cinemateca: Almoço na Cinédia – Nosso Cinema 80 anos (Martha Alencar e José Carlos Asbeg (supervisão), 1978, 11’), Pérola Negra (Reinaldo Cozer, 1979, 11’) e Viagem ao Brasil (Voyage au Brésil, Vital Ramos de Castro, 1927, 30’).  

ALEMANHA

 Em parceria com o Festival Internacional de Cinema de Berlim (Berlinale), o Janela Internacional de Cinema do Recife apresenta o programa especial Forum 50: Episódios de Luta. Ele é um recorte da programação exibida na primeira edição da mostra Forum, criada em 1971 na Berlinale Berlinale (saiba mais sobre as mudanças da Berlinale em 2021). 

A curadoria do Janela selecionou sete filmes raros, incluindo cópias restauradas recentemente, que tratam das lutas por liberdade de populações negras e dos movimentos civis e anticolonialistas nos continentes africano, norte-americano e europeu, realizadas entre os anos de 1968 e 1971. “O programa Forum 50: Episódios de Luta destaca filmes que dão expressão a projetos antirracistas de futuro, tão solidários quanto combativos, numa indistinção nada infrequente entre cinema e rebelião. São visões que podem também nos munir, agora e no futuro”, afirma Luís Fernando Moura. O Janela Internacional de Cinema do Recife tem incentivo da Lei Aldir Blanc, Governo Federal, via edital lançado pelo Governo de Pernambuco, Fundarpe, Secult-PE; patrocínio da Prefeitura do Recife; apoio do Consulado Geral da Alemanha no Recife, do Centro Cultural Brasil-Alemanha (CCBA) e da Embaixada da França no Brasil.