Os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos inspiraram os debates realizados durante a Feira do Livro de Frankfurt (Frankfurter Buchmesse). A convite do Consulado Geral da Alemanha, o jornalista recifense Diogo Guedes, repórter e crítico de literatura do Jornal do Commercio, acompanhou o evento, que ocorreu de 10 a 14 de outubro na cidade alemã.  

Segundo Diogo, o evento foi marcado pela defesa da importância e da presença dos direitos humanos nas sociedades democráticas. “Os debates principais ressaltaram o papel da liberdade de expressão e o valor da diversidade para as sociedades – os escritores e as editoras têm um papel fundamental nisso. Mesmo nas atividades paralelas, como os encontros de editores, houve troca de experiências sobre as dificuldades de lidar com censuras e perseguições”, comenta o jornalista. 

 A Feira do Livro de Frankfurt ainda teve destaques literários, como a presença da escritora nigeriana feminista Chimamanda Ngozi Adichie (foto). “Em sua palestra, a autora comentou a importância de escutar e ler narrativas que fogem às narrativas tradicionais excludentes”, aponta.

Além disso, por conta da temática do evento neste ano, muitas mesas foram tomadas por debates sobre o cenário político mundial, como com os riscos que os direitos humanos  podem sofrer na Alemanha, na Turquia e o Brasil, por exemplo.  A dimensão da feira também é outro destaque. “São editoras e representantes de quase todos os países do mundo, com diferentes proporções e objetivos. É um panorama incrível do que acontece no mercado editorial não só das línguas alemã e inglesa, destaques principais da feira, mas também no restante do mundo”, analisa.  

A viagem para a Feira do Livro de Frankfurt foi também uma oportunidade de conhecer mais sobre a literatura contemporânea alemã, em sua diversidade de  visões produzidas por autores como Daniel Kehlmann, Anne Weber, Lutz Seiler e Senthuran Varatharajah. 

Declaração Universal dos Direitos Humanos

Proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, no dia 10 de dezembro de 1948,  como uma norma a ser alcançada por todos os povos e nações, a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi elaborada por pessoas de diferentes origens jurídicas e culturais, que representavam diversas regiões do mundo. No site das Nações Unidas no Brasil (ONUBR) são disponibilizados diversos documentos sobre direitos humanos, incluindo a declaração, que inspirou constituições de vários Estados e democracias desde sua adoção. 

Texto: Eugênia Bezerra