Com a temática “O centro do Recife ainda pulsa? Revitalização urbana e o direito à cidade em debate”, o encontro reunirá arquitetos, estudantes, figuras públicas, produtores culturais, artistas e o público em geral em uma conversa informal.

Debater os caminhos da revitalização urbana e refletir sobre o direito à cidade no coração do Recife é o mote do próximo KULTURFORUM, que acontecerá no dia 21 de outubro, às 19h, no Centro Cultural Brasil Alemanha (CCBA – Recife), localizado na Rua do Sossego, 364 – Boa Vista, Recife – PE. O evento é aberto ao público interessado e reunirá arquitetos, estudantes, figuras públicas, artistas e o público em geral em uma conversa informal.

O centro do Recife, com seus casarões históricos, ruas estreitas e o vai-e-vem constante de trabalhadores e comerciantes, carrega as marcas do tempo e das transformações urbanas que moldaram a cidade. Mas, em meio à degradação de prédios e ruas, comércio em decadência e insegurança, uma pergunta ressoa entre especialistas, moradores e o poder público: o centro do Recife ainda pulsa?

Essa pulsação — cultural, econômica e social — vem sendo ameaçada por um processo de esvaziamento progressivo nas últimas décadas. A descentralização dos serviços e a expansão de polos econômicos para bairros mais afastados contribuíram para a perda de vitalidade da área central.

  Para debater essa temática, o CCBA receberá Pedro Guedes (gerente-geral de Desenvolvimento Urbano no Recentro), Iana Ludermir Bernardino (professora de Planejamento Urbano do curso de Arquitetura e Urbanismo e da Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano da UFPE), Odilon Lima (coordenador da Feira Imperatriz das Artes) e Antônio Félix Neto (chefe da Unidade de Instrumentos Normativos do Patrimônio Cultural – DPPC/ICPS).

  Nos últimos anos, projetos de revitalização urbana vêm tentando reverter esse cenário. A Prefeitura do Recife lançou, em parceria com o governo estadual e a iniciativa privada, iniciativas como o Recentro, que busca atrair moradores e empreendedores para o centro histórico por meio de incentivos fiscais, requalificação de espaços públicos e apoio à cultura local.

  A proposta tem ganhado adeptos — e críticos. Para a arquiteta e urbanista Luísa Cavalcanti, professora da UFPE, “revitalizar o centro é fundamental, mas é preciso garantir que esse processo não se transforme em gentrificação, expulsando os moradores de baixa renda que ainda resistem na região”.

  De fato, o debate sobre o futuro do centro do Recife passa por uma questão-chave: o direito à cidade. Segundo o urbanista Henrique Tavares, esse direito inclui o acesso democrático aos espaços urbanos, à infraestrutura, à mobilidade e à cultura. “Não se trata apenas de reformar fachadas ou criar áreas turísticas, mas de garantir que o centro seja um lugar de vida e convivência para todos, e não apenas para uma elite.”

  Nos becos e ruas do Bairro do Recife, onde o passado colonial convive com a arte urbana e a música pernambucana, ainda é possível encontrar sinais de resistência. Iniciativas culturais, o aumento de coworkings criativos e a presença de coletivos artísticos mostram que há vida no coração da cidade.

  Mas os desafios permanecem. Segurança, mobilidade, habitação popular e preservação do patrimônio histórico são questões urgentes. Sem um planejamento urbano que envolva diretamente a população e leve em conta as desigualdades sociais, a revitalização corre o risco de repetir erros do passado.

SERVIÇO

KULTURFORUM – O centro do Recife ainda pulsa?
Revitalização urbana e o direito à cidade em debate
📅 Data: 21 de outubro de 2025
⏰ Horário: 19h
📍 Local: Centro Cultural Brasil Alemanha – R. do Sossego, 364 – Boa Vista, Recife – PE
🎟 Acesso: Aberto ao público interessado

Convidados:

  • Pedro Guedes,  Gerente geral de desenvolvimento urbano no Recentro
  • Iana Ludermir Bernardino, Professora de Planejamento Urbano do curso de Arquitetura e Urbanismo e da Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano da UFPE
  • Odilon Lima, coordenador da Feira Imperatriz das Artes
  • Antonio Félix Neto, Chefe da unidade de instrumentos normativos do Patrimônio Cultural (DPPC/ICPS)