A rotatividade de sedes a cada edição da Conferência do Clima (COP) é uma prática da ONU e o Brasil seria o anfitrião do encontro internacional em 2019. O governo brasileiro, no entanto, retirou em 2018 a candidatura do País para a COP-25. Em um contexto que também incluía mudanças ministeriais, especulações acerca da saída do Acordo de Paris, propostas de flexibilização da exploração predatória de florestas e posicionamentos negacionistas em relação ao enfrentamento das mudanças climáticas, entre outros, surgiu a Conferência Brasileira de Mudança do Clima (CBMC).

A programação do evento foi elaborada em reuniões com a participação de organizações da sociedade civil, movimentos sociais, associação de povos e comunidades tradicionais, comunidade científica, governos, instituições públicas e empresas públicas ou privadas (saiba quem são).

“A Conferência surgiu como uma oportunidade de promover o diálogo sobre como retomar a trilha da responsabilidade climática, da participação da sociedade, da consolidação de pactos internos, de fortalecimento de programas locais de adequação de políticas e planos de desenvolvimento e de ampliação da agenda climática”, dizem seus organizadores, que listam os pontos abaixo como objetivos da primeira CBMC.

  • Demonstrar que a sociedade e o setor produtivo brasileiro mantêm-se firmes no Acordo de Paris e que o protagonismo na agenda de clima, florestas e desenvolvimento sustentável e a governança climática são grandes oportunidade para o Brasil.
  • Promover compromissos empresariais e prioridades para a agenda de clima, florestas e desenvolvimento sustentável.
  • Demonstrar experiências, negócios, soluções, tecnologias e políticas brasileiras que valorizam, integram e fazem progredir os resultados da governança climática.

O Centro Cultural Brasil-Alemanha (CCBA) participa da programação oficial da CBMC com a oficina Olhares Jovens na Conferência Brasileira de Mudança do Clima.

“Com a oficina, pensada para estimular o jornalismo ambiental e contribuir para a formação de estudantes, o CCBA demonstra mais uma vez seu interesse de apoiar articulações no campo da política climática. Principalmente entre atores da sociedade civil, conectando pessoas da Alemanha e do Nordeste com foco nos desafios do semiárido e litoral”, afirma Christoph Ostendorf.

O diretor do CCBA completa: “Atualmente realizamos o projeto AGREGA – Agroecologia com Energias Alternativas junto com a ONG alemã Brasilieninitiative Freiburg e apoio do Ministério de Cooperação Alemão. As ações são desenvolvidas em quatro municípios de Pernambuco”.

Os estudantes universitários foram selecionados a partir de uma convocatória e receberão uma bolsa de R$ 300 (as inscrições para a conferência são gratuitas). Os participantes serão orientados pelo diretor do CCBA, Christoph Ostendorf, e a jornalista Eugênia Bezerra, durante a produção de textos, fotografias ou vídeos sobre o evento para este hotsite.